Mudas


O método mais usual de produção é pelo sistema “floating”, que consiste em produzir as mudas em bandejas que flutuam na água de uma piscina em um túnel coberto por plástico. Esse sistema tem por objetivo proporcionar um ambiente protegido, que propicie as melhores condições para germinação e desenvolvimento das mudas.

O material básico para produção das mudas nesse sistema requer uma estrutura em madeira ou tijolos com 10 a 20 cm de altura, recoberta por uma lona plástica formando a piscina, outra lona plástica sustentada por arcos para formar o túnel, bandejas desinfectadas, substrato e semente peletizada.

As dimensões da piscina, bem como o número de bandejas, são definidas de acordo com o número de mudas que se espera produzir em cada túnel.

Um volume mínimo de água da piscina deve ser mantido para manter as mudas hidratadas bem como para evitar concentrações excessivas de fertilizantes e produtos químicos utilizados na prevenção de pragas e doenças. Para bandejas flutuantes, o volume máximo de água varia de acordo com as condições climáticas da região onde as mudas estão sendo produzidas para evitar o possível congelamento da água. No caso de utilizar o sistema de bandejas apoiadas que não flutuam, deve-se evitar o excesso de água, pois pode prejudicar a germinação e causar asfixia do sistema radicular das mudas, ocasionando doenças.

As bandejas são preenchidas com substrato e a semeadura é realizada utilizando uma semeadora. Neste momento a escolha de substratos comerciais de boa qualidade é importante para garantir a boa germinação das sementes. Após semeadas, as bandejas são colocadas na piscina somente com água.

O período da semeadura até a germinação pode ser de 10 a 15 dias quando as temperaturas forem maiores que 18° C. Em locais onde a temperatura é muito baixa esse período pode ser maior.

O manejo de abrir/fechar a cobertura plástica desde a semeadura é fundamental para a germinação das mudas. Altas temperaturas no interior do canteiro prejudicam ou inibem a germinação e por isto a ventilação dos canteiros é necessária. O manejo correto também vai auxiliar a minimizar o excesso de umidade no substrato e a alta umidade relativa do ar, que favorecem o aparecimento de doenças de canteiro.

O uso de fertilizantes hidrossolúveis na água da piscina é necessário para o bom desenvolvimento das mudas, mas deve-se evitar o excesso de adubo que pode ocasionar a salinização do canteiro e por consequência a perda de mudas.

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De maneira geral não se recomenda a aplicação de fertilizantes no momento da semeadura pois os substratos já possuem fertilização em suas fórmulas originais. A aplicação normalmente é realizada depois de 14 dias ou na fase de 2 a 3 folhas que equivale à época de repique.

É recomendado que a primeira poda seja feita quando as mudas atingirem aproximadamente 4-5 centímetros ou com cerca de 6 a 7 folhas. Nesse processo é importante que não se corte o ápice da muda. A poda deverá ser repetida quantas vezes for necessário para permitir o desenvolvimento das mudas menores, é usual realizar entre 3 a 5 vezes em um canteiro, com isto se obtém um conjunto de mudas mais uniformes e fortes. Após a poda, é importante que sejam aplicados produtos preventivos, que impeçam a ocorrência de doenças bacterianas e fúngicas. A desinfecção do material utilizado para fazer a poda também é fundamental para evitar a contaminação das mudas por viroses.

A poda promove o aumento do número de mudas úteis e melhora a uniformidade na altura e diâmetro do caule deixando-as mais resistentes.

Para produzir mudas de boa qualidade é importante:

  • existir disponibilidade de boa fonte de água nas proximidades do canteiro para os tratamentos químicos e de irrigação
  • os canteiros tenham exposição ao sol da manhã, evitando lugares úmidos e sombrios e que não sejam alocados em áreas de ventos dominantes, o que pode prejudicar a germinação e o desenvolvimento das mudas
  • os canteiros sejam de fácil acesso e planos para facilitar os cuidados e tratamentos estando protegidos de animais que possam provocar danos às mudas
  • não montar seus canteiros em locais próximos de lavouras de solanáceas (batata inglesa, tomate, pimentão e berinjela) para evitar doenças
  • fazer as aplicações preventivas de defensivos para o controle de pragas e doenças. Um controle eficaz é essencial para produção de mudas sadias. Sem esse cuidado, mudas doentes poderão ser transplantadas, o que irá comprometer o sucesso da lavoura. O controle de doenças no canteiro é mais fácil e o custo é menor
     

 

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